A gestão de processos e de produção sempre desempenhou um papel fundamental dentro das empresas e, hoje, seja por conta do cenário econômico, mercado competitivo ou globalização (ou os três juntos), isso está no centro das atenções dos gestores. A necessidade de se fazer mais com menos, de garantir a qualidade das entregas ao mesmo tempo em que se otimiza os recursos das empresas e poupa os investimentos, fez emergir uma série de ferramentas de gestão para facilitar esse trabalho.
Falar em métodos e ferramentas de gestão de processos não é novidade, algumas delas já possuem quase 100 anos, como o ciclo PDCA, mas elas continuam sendo aplicadas consistentemente nas empresas pelo simples fato de serem simples e de trazerem resultados concretos. Outras são mais recentes, principalmente no mercado brasileiro, e vão evoluindo conforme novas tecnologias surgem para auxiliar a sua aplicação e difusão.
Por conta de existirem diversas ferramentas e metodologias para esse fim, no post de hoje, vamos destacar as principais, aquelas mais conhecidas nas organizações, simples de serem implantadas pelas equipes e, claro, efetivas.
Lean Manufacturing
O modelo lean tem por fundamento a eliminação de desperdícios, rotinas que não trazem valor ao cliente. Ao olharmos para um processo, podemos encontrar diversas atividades e falhas que se encaixam como desperdício, como trabalhos desnecessários, falha na comunicação, falta ou excesso de materiais, entre outros. Assim, aplicar o lean significa procurar por pequenas melhorias nos processos diários, mas que somadas terão um grande impacto na qualidade do produto final ou serviço, na satisfação do cliente e até no tempo de produção.
A qualidade da entrega também é um ponto fundamental no pensamento lean, por isso, os japoneses, os criadores desse método, implantaram checagens em todas as etapas do processo, a fim de identificar falhas o quanto antes e não apenas no produto final defeituoso. Trabalhar a qualidade durante todo o processo garante melhor aproveitamento da matéria-prima, redução de perdas e maior lucratividade por não precisar fazer devoluções de produtos ou recalls.
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Gestão de Qualidade Total (TQM)
Mais do que um método, a Gestão de Qualidade Total (TQM, do original em inglês “Total Quality Management”) é uma cultura de qualidade que permeia todos da empresa, por isso o “total” no nome e se utiliza de outras ferramentas para o seu sucesso.
O conceito de qualidade não se restringe somente ao aspecto técnico da produção, mas traz a visão de satisfação do cliente, um ponto que vai ao encontro do pensamento lean. As organizações entenderam que com o aumento da qualidade, principalmente de acordo com a visão do cliente, elas teriam maior credibilidade frente ao mercado. Para se atingir a qualidade total, é importante seguir os 10 princípios abaixo:
- Satisfação Total do Cliente;
- Desenvolvimento dos Recursos Humanos;
- Constância de Propósitos;
- Gerência Participativa;
- Aperfeiçoamento Contínuo;
- Garantia da Qualidade;
- Delegação;
- Evitar Erros;
- Gerência de Processos;
- Disseminação de Informações.
Como comentamos, existem várias ferramentas que auxiliam na gestão de qualidade, para citar algumas: Fluxograma, Diagrama Ishikawa (Espinha de Peixe), Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão, entre outras. É importante conhecê-las para saber quando se aplicar cada uma, uma vez que o contexto e o problema enfrentado pela empresa serão determinantes para dizer qual a melhor ferramenta no momento.
Six Sigma
Essa é provavelmente uma das ferramentas de gestão de qualidade mais popular. Aqui o objetivo é reduzir os defeitos e as variações nos processos a zero, buscando continuamente a perfeição em atender o cliente. Sabemos que esse número é impossível, mas é fundamental olhar para o seu segmento e produto para então colocar metas ousadas e traçar um plano para alcançá-las.
Por exemplo, o setor aeronáutico precisa ter um programa extremamente rígido de qualidade, trabalhar com redundância nessa área e testar cada detalhe do seu produto, pois um único desvio pode causar um acidente. Por outro lado, organizações que não estão em setores de riscos podem ter outros modelos de qualidade, mas sem esquecer da meta de erro zero.
Para a aplicação do Six Sigma, temos duas metodologias principais que são utilizadas a depender do momento do projeto. Ambas são baseadas no ciclo PDCA, que veremos mais a seguir neste artigo.
Para projetos focados em criar novos produtos, serviços e processos, utilizamos o DMADV:
- Definir metas: definição de objetivos que estejam alinhados com as necessidades do cliente e com a estratégia da empresa;
- Medir e identificar: mensurar e identificar características que são críticas para a qualidade do produto e/ou do processo de produção e os riscos envolvidos;
- Analisar: analisar e estudar alternativas, criando um desenho de alto nível, e selecionar o melhor projeto;
- Desenhar detalhes: otimizar o projeto e planejar a verificação do desenho;
- Verificar o desenho: verificar o projeto, executar pilotos do processo, implantar o processo de produção e entregar ao responsável do processo.
Já para projetos focados em melhorar produtos, serviços e processos existentes, usamos o DMAIC:
- Definir o problema: definição do problema a partir de opiniões de clientes e objetivos do projeto;
- Medir aspectos chave: mensurar os principais aspectos do processo atual e coletar dados relevantes;
- Analisar os dados: estudar as informações para entender as relações de causa e efeito e procurar pela causa principal dos defeitos;
- Melhorar o processo: melhorar e otimizar o processo baseando-se na análise dos dados, usando técnicas como desenho de experimentos, poka-yoke ou prova de erros e padronizar o trabalho para criar um novo estado de processo;
- Controlar: monitorar o novo processo com o intuito de garantir que quaisquer desvios do objetivo tenham sido corrigidos antes de se transformarem em defeitos. Implementar sistemas de controle como um controle estatístico de processo ou quadro de produções e continuamente monitorar os processos.
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Ciclo PDCA
Como comentado anteriormente, o ciclo PDCA já tem quase 100 anos (foi criado por Walter Andrew Shewhart em 1924 e disseminado anos mais tarde por William Deming) e continua sendo aplicado por empresas do mundo inteiro. O seu sucesso se deve por ser uma ferramenta de melhoria contínua de propósito geral e de simples aplicação por qualquer equipe.
O objetivo do ciclo PDCA é melhorar continuamente um processo e/ou resolver determinado problema. Por ser um ciclo, a ideia não é aplicá-lo apenas uma vez, mas sim retomá-lo de tempos em tempos em um mesmo processo, pois sempre há novas tecnologias e colaboradores que podem trazer outras perspectivas. A sigla é formada por:
- Planejar (Plan): Estabelecer um plano para eliminar um gargalo da empresa ou otimizar um processo;
- Fazer (Do): Colocar em prática o plano de ação, sem esquecer de treinar todos os envolvidos;
- Verificar (Check): Analisar métricas e coletar observações feitas durante a execução do projeto;
- Ação (Act): Realizar as ações corretivas levantadas na etapa anterior.
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Mais importante do que conhecer várias ferramentas e metodologias de gestão de qualidade e de melhoria contínua é entender o contexto da organização que irá aplicá-la. Cada empresa e/ou equipe irá se adaptar melhor a uma e o seu histórico fará mais sentido com um tipo de metodologia. Além disso, é fundamental trabalhar a cultura da empresa, pois é isso que irá sustentar as mudanças feitas.
Você já utiliza alguma dessas ferramentas de gestão? Qual seria a melhor ferramenta de gestão na fase atual da sua empresa? Fale pra gente nos comentários!
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Na verdade foi realizado o ciclo PDCA aqui na empresa, sem eu saber que o que coloquei na prática já existia na teoria. Realmente é uma maneira muito eficiente de se obter uma melhoria.