É responsabilidade de todo gestor fazer um bom planejamento, o qual preveja os recursos e investimentos necessários para se atingir os objetivos da organização, sempre com um olhar crítico para identificar onde é possível reduzir custos, eliminar desperdícios e aumentar a lucratividade do negócio. Encontramos esse cenário no dia a dia de empresas de diferentes segmentos e também nos mais diversos departamentos.
Para auxiliar esse trabalho, criaram-se inúmeros sistemas e metodologias que visam aumentar a eficiência e o rendimento das empresas por meio do melhor gerenciamento dos recursos disponíveis. Entre eles, vamos destacar dois: o Planejamento e Controle de Produção (PCP) e o pensamento Lean.
Ao longo do texto, você irá perceber que os dois possuem muitos pontos em comum, por isso, podem ser utilizados perfeitamente em conjunto para atender os objetivos esperados e até de forma que um auxilie na melhor adoção do outro.
O Pensamento Lean
O modelo lean (enxuto) veio de encontro ao modelo de produção tradicional que era adotado principalmente pelas indústrias norte-americanas. Enquanto o modelo tradicional trabalhava com um grande volume de estoques, seja de matéria-prima ou produtos prontos, e produção em escala, o novo modelo apresentado pelos japoneses vinha com ideias opostas, onde se produzia de acordo com a demanda do cliente, sendo possível trabalhar em pequenas escalas, com mais personalização e estoques consideravelmente menores.
O princípio do lean é identificar onde o cliente enxerga valor no produto ou serviço e mapear toda a cadeia de valor de modo a procurar por desperdícios para serem reduzidos ou, preferencialmente, eliminados. Desperdício é tudo aquilo que não agrega valor de acordo com o cliente, algo que ele não está disposto a pagar a mais, sendo classificado em oito categorias:
- Tempo de espera
- Transporte
- Movimento improdutivo
- Processamento desnecessário
- Excesso de estoque
- Excesso de produção
- Defeitos no produto
- Desperdício intelectual
Acesse aqui nossa série de artigos sobre os 8 desperdícios do Lean!
Mais do que uma metodologia ou um conjunto de técnicas, o lean é uma verdadeira filosofia de vida seguida pelos japoneses, sendo inclusive ensinado nas escolas para as crianças. Assim, é algo que deve ser trabalhado a médio e longo prazo dentro de uma empresa para que o pensamento se enraíze na cultura corporativa e se torne um estilo de vida também para os colaboradores. Por se tratar de uma forma de pensar, podemos utilizar outros sistemas que colocam em prática a visão do lean para ajudar na mudança, como é o caso do PCP que veremos a seguir.
O Planejamento e Controle de Produção (PCP)
O PCP é um sistema de gerenciamento de produção que busca prever, controlar e otimizar os recursos das empresas, consequentemente melhorando os resultados da produção. Com ele, é possível gerenciar todos os recursos operacionais utilizados no processo de produção, controlando tudo o que envolve a fabricação dos produtos. Assim, o objetivo é fazer com que o item certo seja entregue no momento certo para o cliente certo.
Como no lean, todas as áreas da empresa são envolvidas no sistema PCP. Para exemplificar, os planos de produção de vendas devem ser baseados em projeções no mercado, o setor de compras deve atentar-se para que os materiais necessários para a produção nunca faltem e, por fim, a área industrial deve acompanhar os níveis de fabricação para que a demanda seja entregue no prazo.
Podemos dizer que o PCP tem dois grandes objetivos: a parte do Planejamento, que diz respeito à eficácia dos meios de produção e a parte do Controle, que cuida para que as metas de produção sejam alcançadas. Para isso, determina-se as quantidades a serem produzidas, o layout de produção da fábrica para melhor rendimento do fluxo de materiais e de pessoas, entre outros.
Como benefícios da adoção do PCP, enfatizamos os cinco abaixo:
- Organização: Por conta da sistematização dos processos, é possível garantir objetividade na linha de produção sobre o que fazer, quando, quanto e como. Todas as atividades ficam ordenadas, desde postos de trabalho ao estoque.
- Avaliação de recursos ociosos: Com o processo mais organizado e padronizado, é possível enxergar facilmente itens ociosos no estoque, replanejando as próximas compras para que nada falte em estoque, mas também não fique parado, uma vez que isso significa perda de dinheiro.
- Maior qualidade ao produto final: Da mesma forma que a organização traz a visão de recursos ociosos, ela também permite enxergar falhas no processo logo no começo, antes que cheguem às etapas finais de produção. Assim, há tempo hábil de correção sem grandes perdas de produtos.
- Funcionários produtivos e satisfeitos: O ambiente de trabalho afeta diretamente na produtividade do colaborador. Ao encontrar um espaço organizado, limpo e seguro, isso tende a melhorar os ânimos dos trabalhadores, além do incentivo para que eles também façam sugestão de melhorias no processo e sejam participativos na mudança.
- Aumento na lucratividade: A combinação desses benefícios resulta na redução de custos e no aumento da lucratividade, uma vez que os recursos serão utilizados de forma mais estratégica, as compras serão mais assertivas e os funcionários mais produtivos.
A combinação do pensamento Lean e do sistema PCP
Ao entender os dois sistemas, é mais fácil enxergar como eles se complementam. Com o PCP e o estudo da demanda do mercado, a empresa tem a otimização dos recursos, o que reduz desperdícios em estoque, materiais e até mesmo movimentação desnecessária dos colaboradores.
É importante entender que o lean é algo que precisa ser praticado diariamente por todos da empresa, do chão de fábrica à diretoria, onde todos busquem por melhorias no próprio processo. O PCP será utilizado a nível gerencial de forma estratégica visando o controle dos recursos, mas também a segurança dos trabalhadores.
Podemos dizer que o lean será a filosofia de vida dos colaboradores e da empresa em busca do melhor produto ou serviço para o seu cliente final e o PCP será o planejamento prático de como produzir esses itens da melhor maneira e no volume condizente com a demanda do mercado.
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