No anseio de se tornarem mais competitivas, é comum encontrarmos empresas aumentando sua produção sem um planejamento adequado, na esperança de se tornarem mais produtivas e, assim, lucrativas. Porém, quando o foco está somente na produção, é fácil perder em qualidade, o que gerará mais custos para empresa no futuro. Não estamos dizendo que não é possível querer aumentar a produção, mas essa atitude pode ser mais sustentável quando se associa qualidade com a metodologia lean. Na verdade, é difícil não ver a forte relação do lean com controle de qualidade e suas ferramentas.
O objetivo do lean sempre foi agregar mais valor ao cliente com a redução de desperdícios, dessa maneira, quando vamos para a sua origem, a única preocupação da Toyota com o mercado é a satisfação do cliente com produtos de mais qualidade, menor custo e lead-time mais curto. Então como utilizar a metodologia lean para um controle de qualidade eficiente?
No post de hoje, vamos nos aprofundar no porquê dessa forte relação entre lean e qualidade, ferramentas de controle e as vantagens de se trabalhar com os dois.
A relação entre qualidade e a metodologia lean
Existem alguns fatores que explicam essa relação, vamos ver alguns deles:
Mais valor para o cliente: Uma vez que o cliente está no centro do pensamento lean, é fácil entender porque a qualidade é importante. Entregar um produto ou serviço de qualidade, que atenda às necessidades de quem compra e ainda que se diferencie da concorrência, deixará o cliente mais satisfeito e, por consequência, fiel à marca.
Redução de retrabalho e desperdícios: Garantir a qualidade das peças e do trabalho durante todo o processo de produção, reduz desperdícios em várias etapas. Se identificamos uma peça defeituosa logo início, não teremos um produto final defeituoso, o que nos fará economizar o tempo de trabalho e maquinário para a produção daquele produto em específico, além de reduzir ou até eliminar a chance de entregar algo com defeito para o cliente.
Quando o cliente recebe um produto defeituoso, o impacto é gigante. Além de prejudicar sua experiência e satisfação, a equipe interna terá que lidar com a reclamação, a empresa provavelmente terá que realizar a troca (tendo gasto com tempo, entrega e o novo produto) ou, no pior dos casos, fazer um recall. Ou seja, um grande impacto financeiro que poderia ser evitado se a linha de produção tivesse controle de qualidade eficiente.
Estoque reduzido e otimizado: No lean, trabalha-se com estoques reduzidos, apenas o suficiente para atender a demanda do mercado com uma pequena margem de emergência. Dessa maneira, todas as peças do estoque precisam ser de qualidade e estarem prontas para uso, do contrário, é possível que se pare a linha de produção por falta de matéria-prima.
É importante mencionar que ter um estoque reduzido facilita o controle de qualidade, uma vez que não terá que inspecionar um grande lote de peças que ficarão paradas e ainda podem sofrer danos futuros do tempo e de uma estocagem incorreta.
Acesse o artigo e saiba mais sobre o desperdício de estoque!
Padronização e certificados de qualidade: A padronização de processos e a preocupação com a qualidade trazida pela metodologia lean servem de base para que a empresa atenda aos requisitos da certificação ISO 9001. Esta, por sua vez, passa credibilidade ao mercado e é um diferencial importante frente a concorrência.
Ferramentas de controle de qualidade
Para se alcançar um sistema de gestão da qualidade, é possível se utilizar algumas ferramentas para analisar fatos e auxiliar nas tomadas de decisões. Vamos ver abaixo as principais ferramentas para isso:
Ciclo PDCA: Criado por um dos precursores da gestão de qualidade, Walter Andrew Sherwart, o ciclo PDCA é um método que visa melhorar continuamente um processo e/ou resolver determinado problema. A sigla é formada pelas palavras em inglês Plan (planejar), Do (fazer), Check (verificar) e Act (agir).
“Planejar” diz respeito a estabelecer um plano para eliminar um gargalo da empresa ou otimizar um processo. A segunda etapa é para colocar em prática o plano de ação treinando todos os envolvidos. Em “Verificar”, analisa-se as métricas e coleta-se observações feitas durante a execução do projeto. Por fim, na última etapa, realiza-se ações corretivas levantadas na etapa anterior.
Diagrama de Ishikawa (espinha de peixe ou diagrama de causa-efeito): Esta é uma ferramenta que ajuda a levantar as verdadeiras causas de um problema ao se analisar todos os fatores envolvidos na execução do processo. Todo problema tem causas específicas que devem ser analisadas e testadas para comprovar qual de fato está causando a situação que se deseja eliminar. Ao cortar as causas, também se elimina o problema.
Diagrama de Pareto: Gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de um determinado problema. Na regra de Pareto, acredita-se em uma relação de 80-20, ou seja, temos 20% das causas relacionadas diretamente a 80% dos problemas de produção, dessa maneira, são elas que devem ser estudadas e eliminadas primeiro.
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Fluxograma: Nesta ferramenta, mapeia-se todas as etapas em sequência do processo de produção de um produto ou serviço. Dessa forma, auxilia na identificação do melhor caminho lógico para esta linha de produção.
Para alcançar a qualidade no processo produtivo, precisamos olhar para os nossos colaboradores e entender o nível de cada um em relação a quatro aspectos: resultado (consegue fazer um trabalho de qualidade por conta própria todas as vezes?), produção (consegue entregar qualidade no tempo esperado sempre?), melhoria contínua (contribui com ideias para melhorar o processo e/ou seu trabalho?) e ensino (consegue ensinar outras pessoas?).
Esses quatro pontos são fundamentais para a gestão da qualidade e para a metodologia lean. Importante lembrar que tão importante quanto a entrega, é o treinamento adequado dos colaboradores, o convite genuíno à participação nas melhorias e o incentivo a ensinar os demais.
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