O Lean é uma filosofia que se originou a partir do sistema Toyota de produção e se tornou vastamente conhecido a partir das obras de James P. Womack e Daniel T. Jones nos anos de 1990.
Seu principal objetivo é agregar mais valor ao produto a partir da redução dos desperdícios e o aumento do foco na padronização e qualidade dos processos.
Dessa forma, temos alguns termos que se ramificaram a partir daí: Lean Manufacturing, Lean Office e o Lean Thinking.
Nesse artigo, entenderemos o que é o Lean Thinking, quais o seus princípios e como é possível aplicá-lo em seu negócio. Veja adiante!
Lean Thinking: o pensamento enxuto
O Lean Thinking poderia ser simplesmente traduzido como o pensamento enxuto. É uma filosofia para as estratégias empresariais que foca no fluxo do valor para o cliente, buscando a máxima eficiência na produção despendendo o mínimo de recurso possível.
O sistema Toyota surgiu em um cenário pós-guerra totalmente em crise, onde era estritamente necessário ter autodisciplina e economia de recursos para garantir a própria sobrevivência dos negócios.
Assim, nesse período surgiram conceitos e princípios que hoje guiam as mais variadas empresas para obter mais sucesso e rentabilidade a partir da redução de custos e da satisfação dos seus clientes.
Veja abaixo quais são os cinco princípios do Lean Thinking:
- Valor: definir o que é entendido como valioso para seu cliente;
- Fluxo de valor: selecionar os processos que agregam valor ao cliente;
- Fluxo contínuo: organizar os processos;
- Produção Puxada: produção sob demanda;
- Kaizen: a melhoria contínua dos processos.
Especificando o valor
O valor é definido pelo cliente final. Ele que irá especificar qual a sua necessidade em produto ou serviço e qual o preço que pode pagar. Por outro lado, é o produtor que irá agregar o devido valor ao seu produto, desde o seu atendimento rápido e eficaz até a entrega do seu produto dentro do prazo com a qualidade esperada.
O primeiro passo aqui é entender a demanda do cliente e o que ele realmente precisa, deixando de lado itens supérfluos que não farão diferença para a sua utilização.
Muitas empresas se queixam dos problemas financeiros buscando um aumento na venda da mercadoria, quando muitas vezes o problema pode ser solucionado focando na redução de custos a partir da identificação dos desperdícios.
Somente após entender o que é esperado pelo cliente, é possível focar em quais ações internas que ajudam na formação do valor e, então, identificar quais são os desperdícios durante seu processamento.
Veja também o artigo sobre os desperdícios do Lean e entenda sobre Estoque e Excesso de Produção
Esse princípio pode ser alcançado na prática a partir de reuniões, conversas e um relacionamento próximo com o cliente.
Definindo o fluxo de valor
Nessa fase, é necessário desenhar todo o fluxo de produção: da compra da matéria-prima até a entrega e distribuição do produto finalizado. Quantos processos existem?
Faça o desenho desse fluxo em um quadro grande especificando cada etapa que acontece durante sua produção. Depois, analise quais dessas etapas são aquelas essenciais que geram o valor que o seu cliente precisa no produto.
É essencial a construção do seu fluxo de valor porque ele permite visualizar de forma clara com a sua equipe o passo-a-passo da produção, identificando mas facilmente desperdícios e problemas no processo como um todo.
E quando nos referimos a processos desnecessários, estamos englobando desde a espera pelo funcionamento de um maquinário, a emissão de documentos duplicados ou a entrega de relatórios que não são devidamente utilizados.
Criando o Fluxo Contínuo
Após selecionar cada etapa que é necessária para sua produção, eliminando processos que não agregam valor ao seu produto, é hora de organizar, criar e disseminar qual o seu fluxo contínuo de processo de produção.
Para o Lean Thinking, é necessário estipular qual a ordem de cada etapa, garantindo que não haja desperdícios com espera ou transporte entre a finalização de uma etapa e o início da próxima. Operários ociosos geram custos e aumentam os desperdícios.
Produção puxada
Os conceitos de Lean trazem algumas ferramentas que auxiliam na organização de uma produção puxada, ou seja, a produção que trabalha sem estoques. Aqui, somente com a entrada de novos pedidos de fabricação que um novo processo se inicia, evitando que produtos sejam feitos a mais, acarretando a formação de estoque.
O mesmo acontece com a reposição de matéria-prima e outros insumos. Ao retirar do almoxarifado uma quantia x de recursos, uma identificação visual conhecida como Kanban é emitido, acusando a necessidade de reposição desses itens. Isso garante que haja sempre a quantidade correta utilizada pela empresa.
Kaizen: Foco na melhoria contínua
O conceito de Kaizen dentro do Lean Thinking é a busca pela perfeição. Após identificar a cadeia de formação de valor, estabelecimento do fluxo e organização dos seus processos, o Lean Thinking propõe que os times sejam organizados para buscar limpeza, trabalho padronizado e melhoria na qualidade do produto. Ter processos bem delineados no papel, mas não obter uma cultura organizacional voltado para a mudança, não trará grandes efeitos na rotina.
O Lean Thinking pode ser aplicado nos mais diferentes cenários, o seu ponto de partida é sempre uma equipe engajada e uma gestão bem preparada para motivar os colaboradores.
Cada etapa do processo deve envolver a organização como um todo, mesmo que as mudanças aconteçam por setores, um a um. Assim, o Lean Thinking é muito mais que uma estratégia gerencial, é uma filosofia que busca autodisciplina e consciência.
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